Transplantes de fígado e rim aumentam em até 60% em Ribeirão Preto, SP
Crescimento vai ao encontro do observado nos transplantes em todo estado de SP, que registrou alta de até 136%. Dados estão relacionados às doações, dizem ...

Crescimento vai ao encontro do observado nos transplantes em todo estado de SP, que registrou alta de até 136%. Dados estão relacionados às doações, dizem especialistas. Ribeirão Preto segue estado e aumenta nº de transplantes O número de transplantes de órgãos aumentou no primeiro trimestre de 2025 em Ribeirão Preto (SP). No Hospital das Clínicas (HC-UE), os transplantes de fígado cresceram 40% e os de rim, 60%, em comparação ao mesmo período do ano passado. Siga o canal g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp Segundo o médico cirurgião gástrico Felipe Gilberto Valerini, o HC de Ribeirão Preto tem registrado crescimento constante nos transplantes de fígado. “Ano passado nós conseguimos realizar 44 transplantes de fígado, foi maior que o ano anterior, de 2023, que, por sua vez, foi maior que em 2022. E nós conseguimos fazer mais transplantes no segundo semestre. Neste ano nós já fizemos, nos três primeiros meses, 40% a mais de transplantes. No ano passado, nós fizemos 11 transplantes no primeiro trimestre e neste ano já fizemos 16.” O nefrologista João Paulo Senna, que integra a equipe de transplante renal do HC de Ribeirão, também comemora os resultados na área dele. “Nós ficamos bem contentes com esse aumento em relação ao transplante renal, tivemos aumento de 60% em relação ao transplante que fizemos no mesmo período do ano passado. É uma oportunidade muito excelente, os pacientes que esperam esses transplantes para poder ter uma melhor qualidade de vida depois que realizou esse procedimento.” Transplantes de fígado e rim aumentam em Hospital das Clínicas (HC-UE) de Ribeirão Preto, SP Ronaldo Gomes Aumento em SP Os dados em Ribeirão vão ao encontro do observado em todo estado de São Paulo. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, os procedimentos com pâncreas lideraram o ranking, com crescimento de 136%. Em seguida, vêm os seguintes transplantes: Coração - aumento de 34% Rins - aumento de 16% Pulmão - aumento de 12% Fígado - aumento de 9% Especialistas apontam que o aumento está ligado à ampliação nas doações, à melhora na logística e à qualificação das equipes médicas. “É uma relação direta, tanto no número de doações que realmente foi maior nesse primeiro semestre, o aperfeiçoamento da equipe, das técnicas, do hospital, da logística, que muitas vezes não é fácil, às vezes os órgãos estão longe, o doador pode não estar em Ribeirão, nem o receptor. Então houve um aprimoramento tanto da logística, do aperfeiçoamento da equipe, como do número da taxa de doações”, afirma Valerini. Recuperação rápida Um dos casos mais recentes foi o da jovem Tiffany Medeiros Toledo, de 19 anos, que passou por um transplante de fígado no fim de março. Ela tem uma doença genética que provocou danos severos no fígado. Após piora no quadro clínico, entrou na fila e foi chamada apenas quatro dias depois. “Foi muito surpreendente, porque foi tudo muito rápido. Ao mesmo tempo que a gente fica esperando, a gente não fica. Foi uma explosão de acontecimentos de uma vez. Mas assim, foi a melhor sensação, a melhor coisa que poderia ter acontecido. Desde que eu entrei na fila até o dia que eu recebi a notícia que saiu o órgão. Pra mim foram 4 dias de espera. Foi bem rápido, mas ainda bem que foi rápido.” Ela define o transplante como um sonho realizado. “Durante toda minha vida, literalmente, eu comecei a tratar aqui no HC com 4 meses, e só depois de um tempo, quando eu tinha 16 anos, que eles começaram a falar do transplante [...] é uma coisa que muda a nossa vida de um jeito, um ato tão genuíno, tão bonito de receber uma parte de outra pessoa pra que a gente continue vivo [...] é uma sensação única, mágica de pertencimento, de voltar, de renascer. É um renascimento.” O médico Valerini explica que, apesar de Tiffany apresentar quadro clínico grave, os exames só mostraram alterações nos últimos dias antes do transplante. “Ela tinha uma doença crônica, ela tem uma deficiência de uma enzima que cursa com a doença hepática que evolui pra cirrose. Só que os exames não eram tão alterados. Ela tinha complicações da doença, graves já, várias internações, mas os exames não eram alterados. Esses exames se alteraram recentemente nas complicações que ela teve, então ela piorou clinicamente." Jovem de 19 anos passou por transplante de fígado no Hospital das Clínicas (HC-UE) de Ribeirão Preto, SP Ronaldo Gomes Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão Preto e Franca VÍDEOS: Tudo sobre Ribeirão Preto e região