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Inspirado pelo pai, jornalista acumula mais de mil selos em coleção iniciada há quase 60 anos: 'Arte que ainda pode encantar'

Jornalista acumula mais de mil selos em coleção iniciada há quase 60 anos Em 1969, o Brasil inteiro assistiu Pelé atingir a marca de mil gols no Maracanã, ...

Inspirado pelo pai, jornalista acumula mais de mil selos em coleção iniciada há quase 60 anos: 'Arte que ainda pode encantar'
Inspirado pelo pai, jornalista acumula mais de mil selos em coleção iniciada há quase 60 anos: 'Arte que ainda pode encantar' (Foto: Reprodução)

Jornalista acumula mais de mil selos em coleção iniciada há quase 60 anos Em 1969, o Brasil inteiro assistiu Pelé atingir a marca de mil gols no Maracanã, no jogo vencido pelo Santos contra o Vasco por 2 a 1. O feito, histórico para o país, ganhou diversas homenagens. Uma delas foi um selo comemorativo, que fez os olhos de José Benedito de Almeida Gomes brilharem. Isso porque o jornalista, na época, estava começando sua tão amada coleção de selos postais. Ao g1, José Benedito lembra que guardou dinheiro para conseguir comprar o tão desejado selo dos mil gols do Pelé. Nesta sexta-feira (1º), Dia do Selo, ele relembra o início de sua coleção e sua paixão pela filatelia. 📲 Participe do canal do g1 Sorocaba e Jundiaí no WhatsApp Jornalista sorocabano José Benedito de Almeida Gomes, relembra o início das suas coleções de selos Reprodução/José Benedito de Almeida Gomes "Eu já tinha noção, naquela época, de que os Correios iriam homenagear o Pelé com um selo. Me preparei e corri para uma das agências com meus 10 centavos, o dinheiro que eu tinha na época. Foi suficiente para pagar apenas um. Enfrentei uma enorme fila. Foi o meu primeiro selo comprado com meu próprio dinheiro, algo de que me orgulho muito", lembra. O interesse pelos pequenos adesivos que acompanham cartas surgiu ainda na infância. O jornalista conta que via os selos que chegavam por correspondência e isso despertou uma curiosidade a respeito da história de cada um deles. Na época, o pai de José Benedito, Arthur de Almeida Gomes, começou a separar alguns selos e presenteá-los ao filho. Um deles era um selo sem carimbo do presidente Epitácio Pessoa. "Fiquei muito feliz, porque foi neste momento que começou a nascer a minha coleção", conta o jornalista. Selo comemorativo dos mil gols de Pelé no dia 19 de novembro de 1969 Reprodução/José Benedito de Almeida Gomes Graças ao pai, José ingressou no jornalismo, e conheceu a filatelia. Passou a fazer parte do Clube Filatélico Sorocabano, e também era responsável por uma coluna do clube no jornal Diário de Sorocaba. "Escrevi sobre filatelia por mais de 20 anos”, conta. A parceria com o jornal cresceu, e logo ele começou a assinar textos sobre outros temas, como eventos religiosos e vida estudantil. Foram 53 anos dedicados ao jornalismo. Atualmente, a coleção possui mais de mil exemplares de diversos temas. O jornalista conta que prioriza os selos brasileiros, e que mantém um acervo com peças criadas em 1950 e até mesmo antes de 1900, além de exemplares do Vaticano. Ele também mantém coleções temáticas, com destaque para arquitetura e, principalmente, a filatelia religiosa, que considera seu forte. “Minha principal montagem é a coleção Maria corredentora da humanidade. Além disso, também tenho as peças que contam a história bíblica da salvação pela encarnação, vida, morte e ressurreição de Cristo, acompanhada pela caminhada de Nossa Senhora”, explica. José Benedito de Almeida Gomes durante a sua exposição de selos em Sorocaba Reprodução/José Benedito de Almeida Gomes Com essa coleção, José Benedito já recebeu medalhas de prata em eventos como a Lubrapex (Brasil e Portugal) e o Grande Prêmio Temático em Sorocaba, em 1999. Para o jornalista, celebrar o Dia do Selo é lembrar que esse estilo de coleção representa uma resistência à modernidade. “A prática colecionista já quase não atrai a juventude. Os encontros entre filatelistas, antes muito comuns, tornaram-se raros, e a maioria das negociações agora é em dinheiro não mais em trocas. Hoje, os encontros de colecionadores acontecem duas vezes por ano, geralmente em maio e setembro, promovidos por comerciantes especializados. A troca em si perdeu espaço”, lamenta. O valor de uma paixão A prática de colecionar, e os milhares de selos guardados com tanto cuidado representam a relação de José Benedito com o pai, já falecido. Segundo o jornalista, quando está junto da coleção, sente "um pouco do céu" junto consigo. “É muito gratificante. Uma fonte de cultura, relaxamento e espiritualidade. Não é apenas um passatempo para mim, mas é onde encontro forças para tentar compreender um pouco da agitação do mundo. A filatelia é uma arte que ainda pode encantar. Foi ela que me abriu as portas para o jornalismo e para o mundo", finalizou. Entre as suas coleções, as que mais empolgam José Benedito são os selos religiosos. Reprodução/José Benedito de Almeida Gomes *Colaborou sob supervisão de Júlia Martins Veja mais notícias da região no g1 Sorocaba e Jundiaí VÍDEOS: assista às reportagens da TV TEM